segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Décadas de inovações tecnológicas hoje cabem dentro de um smartphone

Entre 1875 e 1930, o mundo recebeu a invenção do telefone, do fonógrafo, da lâmpada incandescente, do rádio, do avião e da televisão, para ficar só nas mais conhecidas.
Cada vez mais, os assuntos se relacionam com um único aparelho: o smartphone, o computador de bolso que ocupa posição central em nossa vida social, comunicação, entretenimento e trabalho. O smartphone consegue reunir em um só aparelho todas as invenções que escolhemos para compor esse artigo. Nem a mais criativa das mentes de 1875 conseguiria imaginar algo assim.
Telefone
O telefone chegou rápido ao Brasil. No ano seguinte a estreia da invenção de Alexander Graham Bell, 1878, Dom Pedro II solicitou a instalação de linhas conectando o Palácio do Quinta da Boa Vista às residências de seus Ministros. Mas, diferentemente do que aconteceu nos EUA, o aparelho era acessível a poucos. Na virada do século, a lista telefônica da cidade de São Paulo precisava de apenas uma folha para conter todos os proprietários de linhas. Noventa anos depois, uma linha telefônica ainda era um bem caro. Apenas neste milênio, a maior parte dos brasileiros passou a contar com telefone próprio. De acordo com a Agência Nacional das Telecomuniações (Anatel), eram quase 278 milhões de linhas de celular no País em agosto de 2014.
Televisão 
A tela que viria a ocupar as salas dos brasileiros a partir de 1950, quando estreou a TV Tupi, mexia com a imaginação de todos. “Em 1948, as notícias que nos chegam dos EUA sobre os progressos da televisão são verdadeiramente alucinantes. “Dentro em pouco, talvez ninguém vá mais aos teatros, aos cinemas e às praças de esporte.” Por sorte, as coisas não foram bem assim.
GPS
Neste exato momento, há algumas dezenas de satélites de GPS orbitando em volta do planeta. Trata-se de uma “constelação”, como é denominado um grupo de satélites trabalhando em conjunto. Nem lembramos de sua existências, mas eles nos fornecem informações ininterruptas sobre localização e hora, utilizadas em centenas de aparelhos e aplicativos. Em 1957, havia apenas um satélite, o pioneiro soviético Sputnik, acompanhado com interesse por todos os terráqueos. Em 1958,a Sociedade Interplanetária Brasileira enviou carta à diretora da Academia Ciências de Moscou informando “que as más condições atmosféricas impediram a observação visual do Sputnik III em São Paulo e Bauru”.
Wi-Fi
“Qual a senha do Wi-Fi?” é uma pergunta que fazemos praticamente todos os dias. Pouco se sabe sobre sua origem, porém, baseada em um sistema de transmissão de frequências desenvolvido pela atriz e inventora austríaca Hedy Lamarr nos anos 40, ao lado do compositor George Antheil. Seu objetivo era criar uma tecnologia para causar interferência no sinal de torpedos teleguiados nazistas. Mas na época, nos papeis dos jornais, só se falava na Hedy do cinema.
Fonógrafo
Chamado em 1878 de “radical transformação do telephone”, o fonógrafo de Thomas Edison causou admiração por ter “vencido” o tempo ao possibilitar a reprodução de um som gravado “daqui a uma hora, no dia seguinte, daí a dez anos ou mais e quase tantas vezes quantas lhe der na fantasia”. Não podia se imaginar na época a milionária indústria que se desenvolveria a partir do aparelho ao longo do século 20, da qual Thriller, de Michael Jackson, é a apoteose (65 milhões de cópias e contando). Mais de 30 anos depois, a indústria está irreconhecível, mas o som gravado está em mais lugares do que nunca.
Internet
“A Arpanet criou uma nova tecnologia que permite a liberação rápida e sem erros de mensagens. Ela está atualmente sendo usada como uma rede de distribuição de meios, pela qual serviços únicos em cada um dos centros de computação tornam-se disponíveis para todos os usuários da rede. Arquivos, programas, fontes de informações e sistemas de operação são distribuídos através da rede.” É assim que o cientista Leonard Kleinrock, do Massachussets Institute of Technology (MIT) descreveu, em 1975, o sistema que deu origem à internet.
Computador


Em matéria sobre os ataques aliados no fim da Segunda Guerra, o Jornal "O Estado de São Paulo" destaca a tecnologia dos aviões britânicos que contém “uma caixa retangular denominada computador”. Nas décadas seguintes, cada vez menos precisou se explicar o que era um computador, mas ele só foi fazer parte do dia a dia das pessoas na década de 90. Vinte anos depois, cada um de nós carrega um computador de bolso. E dos potentes.
Fotografia
Qualquer usuário de celular produz milhares de fotos por ano nos dias de hoje. Durante seu primeiro século de existência, a fotografia era reservada para eventos especiais. Havia pouco lugar (ou filme) para a banalidade do dia a dia. Em fotos de São Paulo no século 19 (acima), pessoas posando são uma visão rara, com as lentes preferindo tomadas gerais e construções. Por outro lado, certas manias atuais já se faziam notar naquele tempo. “Ou as austríacas são celestiais ou o fotógrafo corrigiu o cristal com pincel de poeta”, especulava-se em 1879 sobre fotos de moças de Viena expostas em Paris, sugerindo possível uso de trucagens ancestrais do Photoshop.
Videogame
Xbox, PlayStation e Nintendo são sucessores de outras máquinas de jogo, bem maiores, jogadas nos chamados fliperamas. Com o sucesso de Pong, de 1972, deu-se início a um mercado que movimentaria bilhões. Em 1977, especulava-se as polêmicas proibições às casas de fliperamas, tratados como máquinas de “jogos de azar”. “Sobre essa polêmica nunca mais houve dúvidas. Basta passar algumas horas na maior loja da cidade, na avenida São João com a Ipiranga, para ver aficionados fazer sempre o maior números de pontos que a máquina permite.”
Microchip
Microprocessadores ou circuitos integrados são parte tão vital do nosso cotidiano que já conhecemos seus detalhes: A7 ou A6; dois ou quatro núcleos; Intel ou Qualcomm. Eles são o cérebro do computador ou smartphone e geralmente são feitos de silício. “Decisivo para a espetacular miniaturização dos equipamentos eletrônicos”, o primeiro circuito integrado foi montado pelo engenheiro norte-americano Jack Kilby em 1958. Seu desenho, tamanho e poder evoluiu desde então. Nos anos 70, diminutos chips “multifuncionais” possibilitaram os relógios digitais com funções como jogos e temperatura.
Fonte: O Estado de São Paulo.

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